quinta-feira, 2 de maio de 2013

Tirar a meia


Esses dias tivemos um “sustinho” aqui em casa. Acordei no mio ma madrugada com falta de ar. Toda vez que eu tentava respirar, doía costas, peito e barriga, e meu peito chiava. Cutuquei Gustavo no meio da noite, e tentei dizer a ele o que estava acontecendo. Mal conseguia falar ou andar.

Ele chamou o nosso vizinho de porta p/ ficar com Arthur, aliás família sensacional! Deus nos presenteou com eles aqui do nosso lado. Ele dormiu num colchão ao lado da caminha do pequeno, que graças a Deus, não acordou o tempo todo que estávamos no hospital. Adoramos vocês, viu? Obrigada por tudo!!!

Cheguei lá, logo fui atendida, diagnóstico: crise de asma.
Nasci de 7 meses e meio, roxinha roxinha, tive que ficar na encubadora sob aparelhos respiratórios. Do meu nascimento até meus 11 anos eu tive 1 pneumonia por ano. Era de praxe, igual feriados fixos no calendário. Mas não era tão legal quanto Natal ou Páscoa. RS!
 Meus pais já sabiam que eu ia ficar doente, assim que eu me negava a comer. Afinal, eu sempre fui uma draga! Eu reclamava de dor na barriga, o que é normal, quando não se consegue respirar. E lá íamos nós p/ o hospital.
Ás vezes eu tinha pneumonia de brincar com bichinhos de estimação dos vizinhos, pois sempre fui muito alérgica. E é por isso que apesar de adorar animais, não crio nenhum.
A entrada do hospital Geral do RJ me dá calafrios até hoje. Pois, como moramos 9 anos aqui no RJ, só de entrar lá, começo a me lembrar de todas as internações. Começo até me sentir meio mal. Rs...!

Meus pais sempre muito dedicados e preocupados, passavam a madrugada acordados, se revezando, pois alguém tinha que ficar com meus irmãos. Minha mãe ficava cheia de olheiras, coitada! Com 12 anos, o pesadelo teve fim!
Só tive um último episódio em Blumenau, em 2003, mas por fator emocional, por uma junta de acontecimentos desagradáveis e somando a pressão do vestibular que ia prestar dali a alguns meses. Desde então, não tinha tido mais nada há 10 anos!

Até a noite passada.

Chegamos lá, fiz nebulização, recebi o corticóide, fiquei em observação. O ar condicionado da sala de repouso provavelmente estava ligada no botãozinho “frio glacial”! Eu estava de calça jeans, bata, sobretudo, sapato fechados e ainda sentindo frio. Meu esposo pediu um cobertor, mas só tinha lençol, ainda assim, deu uma esquentada. Porém meu pé estava geladinho. Ao constatar isso, ele retirou o par de tênis que estava usando, tirou suas meias e colocou no meu pé. Eu disse que não precisava, mas mesmo assim ele o fez; De fato, fiquei mais quentinha.

Aquele gesto simples que levou a escrever o que vim expor. Casei muito bem. Gestos desse tipo são comuns em nossa convivência, graças a Deus. Temos um matrimônio abençoado por Deus.

Eu disse a ele, quando eu o vi dar um longo suspiro, demonstrando alívio, por não ser nada de grave: - Você não vai ser livrar de mim tão cedo não! – Brinquei! E ele me respondeu: - Ai de você! – Rs...!

Quantas vezes observamos esse “retirar da meia” em nossos pais, filhos, cônjuges e amigos e somos gratos por ter pessoas como essas em nossas vidas? Muitas das vezes, somos nós a nos doarmos dessa forma.
Quantas vezes, nós brigados com nossos pais, por alguma pirraça ou má-educação, não presenciamos situações dessas. Acabamos de levar uma bronca, mas nossa mãe envia nosso biscoito favorito na nossa merenda escolar. Ao constatarmos, pensamos: Como minha mãe é legal!
Ou quando o pai não pode comparecer em algum evento importante, por causa do trabalho ou não pode dar atenção naquela exata hora e ficávamos emburrados por um tempão. E depois vinha ele, te convidando p/ um passeio de bicicleta ou p/ tomar um gostoso sorvete e conversar.
Ou aquele casal que acabou de ter uma discussão, ao estar na presença do filho brincando, é obrigado a deixar o orgulho de lado e pintar a cara da esposa de tinta guache, ou dançar com ela na sala, pois o filho pede!
Ou quando desobedecemos nossos pais, e eles ficam chateados conosco, e na tentativa de fazer as pazes, deixamos uma mesa de café quente pronta, ou lavamos aquela baita louça na pia, ou simplesmente, fazemos qualquer coisa p/ compensar aquela atitude ruim. Mesmo que muitas das vezes a atitude nem é vista ou percebida, mas você o fez pois era o certo.
Ou quando brigamos com nossos irmãos p/ um brinquedo, um programa de TV e no fim, alguém cede e entra no jogo do outro e/ou se diverte com o programa que o outro escolheu.
Ou que mesmo após uma briga com algum parente, se uma pessoa vem falar mal dele/dela você o defende! Ainda assim, estando furioso c/ o outro, pensamos: Só quem pode falar mal dele/dela sou eu!

Quem tem o privilégio de ver ações como essa em seu cotidiano ou fazê-las a alguém é uma pessoa de excelente coração e está cercada de gente de bem. O próprio Mestre Jesus só se doou. A vida dele foi inteiramente por amor aos outros. Tenho certeza que Ele fez muito menos o que ele gostaria de fazer, e sim o que Ele precisava fazer, por amor ao próximo. E que doou muito mais do que recebeu. Ele é a própria definição do 1º Mandamento. Pois amou o outro de forma tão completa, que quem se espelha em suas atitudes, só pode ter um bom coração!

Naquele filme “Moulin Rouge” o protagonista começa com o filme dizendo: “A melhor coisa que você pode aprender e amar e ser amado em retribuição.” Mas, como disse uma vez um querido amigo da época do colégio militar, Anderson Asevedo. “Mais importante do que ser amado em retribuição, é ser amado sem esperar nada!” Difícil, não? Mas é possível!

Então, termino esse post de hoje acalmando a todos, pois estou bem! Muito bem cuidada pelos meus meninos. Já já estou de volta a meus pãe, doces, rotina da casa, hidroginástica e etc.!

Bom fim-de-semana e fiquem com Deus!

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